sábado, 2 de junho de 2012

Flores de Pitangueira

Hoje, 2 de junho de 2012, é a véspera dos meus 17 anos. Mesmo que tendo17 anos, ainda nem completos, já pude sentir do que a vida, e o amor, são capazes de fazer. Isto é um testemunho de uma jovem de tão poucos anos cronologicamente, que já sofreu o bastante pra afirmar que sim, o amor mata.
A exatamente um ano atrás, eu ganhei um presente que até hoje levo pendurado no pescoço: um colar com uma palheta pendurada. Ganhei do cara que, provavelmente, é o homem da minha vida, porém, nem sempre somos o amor da vida do amor da nossa vida.
No primeiro mês, adoeci, fiquei de cama, não comia, apenas vomitava e chorava pelo orgulho que a muito tempo foi ferido e abandonado, dor que só quem sabe o que é gritar a verdade para um sofredor que não quer ouvir pode um dia sentir. Doía tanto, a dor era tão grande que da portaria do prédio dava pra se ouvir os gritos de dor e os lamentos por ter uma vida tão injusta. Eu chorava, berrava, porque doía, e minha mãe em volta, tentando acalentar, sem nem mais saber o que fazer, então chorava comigo. Não queria sair de casa, não queria saber de mais ninguém, morria, me matava cada vez mais por um garoto que a um ano atrás me fez juras de amor e dizia que "por mais que tu um dia possa não me amar mais, eu vou continuar te amando e sofrendo por ti". Era mais inconformidade, porque não achava que a vida pudesse ser tão injusta assim, a ponto de separar duas almas gêmeas.
Depois de longas conversas com minhas amigas, parei e pensei: não tenho que me desfazer deste amor, posso apenas colocá-lo numa caixinha e, por mais que ele aumente a cada dia, vou conseguir ignorá-lo. E então, o garoto que me fez ser mulher, agora me fazia ser mulher forte, e mulher forte não chora por homem fraco. Não é porque eu o amo que vou esconder seus defeitos, ainda acho que a palavra "homem" não se encaixa para ele, que ainda é um menino, tampouco direi que ele é perfeito, não, há mil coisas que melhoraram na minha vida depois que terminamos, por exemplo, pude voltar a sair com meus amigos e amigas, coisa que antes não podia por causa de ciúmes bobo, pude, inclusive, conhecer gente nova, e depois de muita luta interior, consegui beijar outros caras, alguns mais homens que ele, outros menos, mas todos diferentes, voltei a participar do teatro que tanto gostava porém não podia participar por causa do seu ciúmes bobo.
E, nunca fui do tipo de pessoa que esconde a verdade, posso dizer sim, e hoje sem chorar, que eu o amo, AMO DE VERDADE, com todo o amor que Deus me deu, mas sabendo que ele não é o homem que poderia ser o par da mulher que sou hoje, perdoaria ele, na verdade, já perdoei, e estaria aqui pra quando ele quisesse, mas não poderia mais ser sua namorada, e reconheço isso, porque não poderia deixar que ele fizesse comigo novamente o que um dia fez, e espero que um dia ele possa ser homem pra poder ser meu par, enquanto isso, aguardo, aguardo indo em festas, saindo, curtindo, porque eu tenho apenas 17 anos mal completos e uma vida inteira pela frente, mas se soubesse que ele precisaria de alguma ajuda, pararia o mundo por ele.
Hoje, sei que ele está se relacionando com outra menina, e agradeço a Deus por isso, porque, por amar ele, quero que ele seja feliz, mesmo que não seja comigo.
A um ano atrás eu era uma menininha ciumenta e egoísta, mas apaixonada, hoje, me orgulho de dizer que sou a mulher que conta essa história sem derrubar uma lágrima, a mulher que ainda acredita que um dia ele vai voltar, como ele mesmo me prometeu no dia que saiu daqui, e aguardo esse dia ansiosa, enquanto isso, vou seguir em frente, porque amanhã já faço 17, e quando vejo, o tempo das escolhas já está na minha frente e eu tenho que escolher, e eu escolho ser feliz e paciente, esperando ansiosa pelo dia em que ele vai voltar, mas posso dizer que só aceito homem, porque meninos não acompanham mulheres, e sim menininhas.
Por fim, quero agradecer á ele por ter me feito crescer tanto, e continuo rezando pra ele entender que fui eu  quem sempre fui verdadeira e fiel á ele. Espero que minha história sirva de exemplo pra todas as meninas que hoje sofrem, pra que elas saibam que também podem virar mulheres.

Mandy

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