terça-feira, 21 de junho de 2011

Daniel na cova dos leões

Legião Urbana

Aquele gosto amargo do teu corpo
Ficou na minha boca por mais tempo
De amargo então, salgado ficou doce
Assim que o teu cheiro forte e lento
Fez casa nos meus braços
E ainda leve e forte, cego e tenso
Fez saber
Que ainda era muito e muito pouco

Faço nosso o meu segredo mais sincero
E desafio o instinto dissonante
A insegurança não me ataca quando erro
E o teu momento passa ser o meu instante
E o teu medo de ter medo de ter medo
Não faz da minha força confusão
Teu corpo é meu espelho e em ti navego
E eu sei que a tua correnteza não tem direção.

Mas tão certo quanto o erro de ser barco a motor
E insistir em usar os remos
É o mal que a água faz quando se afoga
E o salva-vidas não está lá
Porque não vemos.

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